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COMO REALIZAR O ATENDIMENTO NA VISITA DOMICILIAR? (SETORES PÚBLICOS E INSTITUIÇÕES PRIVADAS)

Publicado em
15 / 10 / 2022

Parece muito simples, não é? Porém existe alguns cuidados que nos profissionais Assistentes Sociais devemos tomar, porque existem vários tipos de visitas domiciliares e cada uma exige uma abordagem diferente.

Sempre reforço aqui no blog sobre a ação da acolhida, até mesmo nas visitas domiciliares temos que acolher para colher informações. Quando o destinatário (Usuário) se sente acolhido e protegido ele nos fornece mais dados, em sua maioria verdadeiros.

A acolhida vai fazer parte de todas as nossas ações, e não será diferente nas visitas domiciliares. A escuta atenta é super importante, prestar atenção nos mínimos detalhes, sem julgamentos. Pois precisamos entender qual os motivos e circunstancias que levou a família para a tal vulnerabilidade.

A visita domiciliar nos permite conhecer um pouco mais sobre a relação familiar, sobre os aspectos cotidiano dos membros, contribuindo para o estudo socioeconômico familiar, educacional, saúde etc. Que norteia a concessão dos benefícios sociais, como do proposito da visita em relação aos setores privados. Esse instrumento técnico-metodológico, norteados pelos princípios ético-políticos da profissão, facilita a aproximação e a confiança da família para um excelente atendimento.

Se o responsável familiar abrir espaço para conhecermos melhor o ambiente familiar será positivo para nossa ação de trabalho, se não permitir, não devemos ser invasivos ou autoritários, porque nossa missão é auxiliar e proteger a família, tornar possível o acesso aos serviços e as políticas públicas e sociais.

Não cabe a nós Assistente Sociais, abrir portas, armários e geladeiras, nosso código de ética não nos permiti e nem é nossa atribuição andar com mandado judicial para fazer tal ação.

Em situações de acompanhamento familiar, as visitas domiciliares serão programadas, mantendo os princípios éticos e as técnicas metodológicas, as hipóteses serão confirmadas ou descartadas. Lembrando que não trabalhamos com o achismo e sim hipóteses.

Depois de vários contatos, nada de intimidade exagerada, pois nossa missão é oferecer proteção com respeito e superar com a família suas vulnerabilidades.

EXEMPLO:

Quero usar como exemplo o atendimento realizado pela unidade CREAS durante uma visita domiciliar, que difere na abordagem de outros serviços públicos. Se o CREAS oferece proteção especial é porque ele trabalha diretamente com direitos violados. Sendo assim, a visita domiciliar toma outros rumos, porque em algumas situações vamos lidar com o agressor e a vítima. E como realizar esse atendimento em uma visita?

Além da incerteza do que vamos encontrar e como seremos recebidos, em certos tipos de visitas nunca devemos ir sozinhos, pois são vários os riscos e ameaças que vamos enfrentar. Vai ser sempre uma abordagem perigosa e todo cuidado é pouco. Da mesma forma sugiro a acolhida até conseguirmos chegar ao ponto que liga a violação de direitos.

Aí vocês questionam, “A Cleia, como acolher o negligenciador ou o agressor”? Se tenho vontade de...! Eles que fizeram o mal e tal. Mas a nossa meta de trabalho é proteger a vítima, precisamos agir com mansidão e respeito, acolhendo todos do ambiente. Para chegar até a vítima temos que ter contado com essas pessoas.

É um equívoco, chegar no ambiente familiar, apontando os dedos e já falando da denúncia e quem cometeu o ato infracional, é um tiro no pé ou em qualquer lugar do corpo. Além do perigo que corremos, não vamos ser bem recebidos e nem vamos conseguir realizar nosso trabalho, porque já se cria uma barreira entre profissional, vítima e demais envolvidos.

Se preferir, uma boa solução, é convidar a vítima e seu responsável familiar, para um bate papo na unidade, oferecendo informações sobre programas e projetos ate chegar no assunto pretendido, sem pressão. Ideal é ouvir as partes sozinhas.

Nas demais situações, onde os vínculos estão fragilizados e apresentam ameaças a vítima e até ao profissional, é fundamental a escota policial, trabalhar em rede nos traz mais segurança.

A dica é, não chegar nos atendimentos, impondo condições, criando medo aos destinatários com informações vagas ou coisa parecida. Precisamos esclarecer os direitos e deveres de cada individuo no contexto e realizar o trabalho necessário conforme as vulnerabilidades encontradas.

Cleia Machado

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